outras tantas madrugadas

terça-feira, março 25, 2008

tira-borbotos

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(à sua espera no...)

segunda-feira, março 24, 2008

belle époque

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Estar longe de ti não é menos perigoso. Não consigo respeitar o perímetro de segurança das palavras. E depois dá nisto: eu, que por um amor assim estava decidida a levantar todos os meus certificados de aforro com mais de 20 anos, encontro-te de casaco vestido atrás do balcão dos CTT:
– Mas tem medo de quê?... Que tenha prazo? Que vença juros? Olhe… leve antes um envelope almofadado, para não perder a viagem!
­– De qualquer modo, por precaução, acho que gostava de deixar um sinal – disse eu, espreitando a caderneta. – Mas olhe, a verdade é que nem estou a conseguir ver o saldo que tenho…
Pois, menina, nessa caderneta vai ser difícil... ainda para mais com os cromos todos por colar! – E capturaste no ar a minha mão preocupada, fazendo-me chegar mais perto, enquanto te inclinavas também sobre o balcão para me sussurar ao ouvido: – Compram-se em pacotinhos, naquele quiosque ao pé do Santa Cruz. Escusa de levar a carteira porque só aceitam notas de rodapé, de música ou de Monopólio…
Hoje, três dias volvidos, é apenas a cabana que me preocupa. Esta cabana de tipologia T2, indexada à Euribor a três meses. Tudo porque não consigo respeitar o perímetro de segurança das palavras. Tudo porque as taxas de juro não param de subir e tem-me sido quase impossível trabalhar assim, com o coração sempre a fugir-me para o alto dos telhados e os olhos a encherem-se de lágrimas.
(Esta tarde, depois de lanchar na Marques, desço só mais uns metros e volto à estação dos CTT apenas para te pedir que, se puderes, não morras já.)

domingo, março 23, 2008

the remains of the day

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sexta-feira, março 21, 2008

post scriptum

A ignorância tem destas coisas: quem confunde o apóstrofo com a apóstrofe opta por não colocar logo o sinal gráfico no bolso do p'jama (mesmo sabendo que pode ser "a chave dos sonhos") apenas por achar que, enquanto figura de retórica, ainda lhe pode fazer falta (nunca se sabe qual é a chave que fecha o bar...).
Esclarecida a questão, só é chato se, por acaso, o acaso calça também as pantufas e se esquece de aparecer...

terça-feira, março 18, 2008

1 comment (maybe two...)

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É necessário, sobretudo, ter UMA vida. Própria. Que sirva ao mesmo tempo de cenário e de argumento a tudo o resto. É necessário tropeçar, por acaso ou milagre, noutras vidas e fazer do passado trampolim. É necessário fazer figura de urso e dizer muitas asneiras... e pedir depois desculpa cuspindo cascas de pevides.
É necessário ter bem abertos os olhos, os ouvidos e o canal urticário - por onde sobem todos os arrepios, bons e maus. É necessário ser-se ousado. É necessário - mais ainda - ser-se subtil. É necessário que haja música, seja ela qual for - e ir percebendo aos poucos o que se sabe, o que se esquece, o que se escuta e o que se esconde da banda sonora. É necessário dizer que "o tempo de fechar os bares já lá vai" enquanto se prova o contrário.
É necessário ficar sem saber o que acontece sempre aos 15 minutos de um filme. É necessário rematar os pontos dos dias improváveis (para que não se descosam...) com um twist improvisado - porque o óbvio seria "a morte do artista". É necessário mostrar mais qualquer coisa para além do som dos pássaros (os da manhã, entenda-se...).
É necessário ir à procura. É necessário que funcione. É necessário saber a morada mas não o telefone. É necessário que nos desarrumem os tarecos.
É necessário digerir estas duas toneladas de necessidades (esquecendo a sua forma mais prosaica em que são, elas próprias, o que sobra da digestão; na dúvida... estas cheiram bem!). É necessário esperar as 3 semanas que (dizem) demora a digestão. É necessário não temer as dores de estômago e dispensar os sais de frutos...
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("isto está bonito, está...")

domingo, março 16, 2008

"Há horas do diabo..."

Às vezes "o diabo" é a curiosidade.
E a hora curiosa a que aparece aos pobres diabos deste mundo.

quarta-feira, março 12, 2008

conceito

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Vale a pena aceitar o desafio!
Uma vez mais, olhar para além da estrada...
Libertar o coração, ser como um rio:
Não parar, não temer, não esperar nada.
Entregarmo-nos inteiros, com verdade.
Receber também assim. Guardar segredo.
Arriscar, sonhar mais alto, em liberdade,
Bendizendo quem connosco perde o medo.
Ir revelando luz e sombra... E em paz,
Lembrando-nos do risco que corremos,
Imaginar que é ele que nos faz
Dar o que somos, bem mais do que o que temos.
Agradecer, por fim, esta certeza
De, sendo frágeis, querer deixar a porta aberta.
Encher os olhos de espanto e de clareza.
(Saborear, serenamente, a descoberta.)

preconceito

achar que, depois do muito ou pouco que vivemos,
já não temos (necess)idade de ficar vulneráveis...

quinta-feira, março 06, 2008

"change your status... move!!!"

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