outras tantas madrugadas

quarta-feira, junho 29, 2005

a verdade do dia

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"Comprei-a" em Paris, muito perto do Jardim do Luxemburgo.
Reencontrei-a hoje, quatro anos depois, no fundo de uma gaveta.
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(talvez a cole na cabeceira da cama)

segunda-feira, junho 27, 2005

PROCURA-SE

um nome por usar
um encantador de madrugadas
um olhar mais limpo
um professor de dança
um deus que acredite
um amor sem ses

domingo, junho 26, 2005

as cores da cidade

O espectáculo repete-se todos os anos por esta altura. Anuncia o Verão à porta de minha casa desde que me conheço. Este ano, queria tê-lo fotografado, até porque ficaria bem no fundo azul do meu projecto de blog. Cheguei tarde. Os senhores da ERSUC têm pouco tempo para coisas bonitas, o olhar toldado por cascas de batata e latas ferrugentas... e um aspirador implacável. Levaram o meu tapete amarelo e lilás ("as cores da cidade, Ana" - a minha mão na mão da minha Mãe) para o aterro municipal sem que tivesse tido tempo para lhes contar quantas vezes subi aquela rua a caminho do liceu e quantas vezes a desci para comprar o jornal no Sr. Serra ou a caminho dos treinos de acrobática, da faculdade, dos ensaios do coro...
Tenho esperança que esta noite o vento faça de novo o seu trabalho, agitando de mansinho as Tipuanas e os Jacarandás. De qualquer forma, aquela rua nunca será a preto e branco.

sexta-feira, junho 24, 2005

as coisas importantes...

... não se escrevem AQUI.

quinta-feira, junho 16, 2005

indo eu, indo eu...

Nesta fase da vida, há duas coisas que tendem a faltar-me. Ambas são valores transaccionáveis, embora a taxa de câmbio nem sempre seja conhecida e sofra oscilações frequentes. A verdade é que, nesta fase da vida, entre não me poder coçar e não poder mandar cantar um cego, escolho a primeira opção. Na esperança, claro, de um dia poder oferecer ao cego um tratamento decente numa clínica da especialidade (se possível, uma que não pareça um motel e que não seja à beira da estrada...) e de me poder coçar à vontade (e, eventualmente, fazer também outras coisas mais edificantes...).
Mete-se em trabalhos quem se mete por atalhos? Quem se mete pelo IP3 também...

quarta-feira, junho 15, 2005

olheiras

Terás muitos dias assim. Dias despenteados, pálidos, olheirentos. Dias sem tempo para te olhares ao espelho e nos quais, olhando, nada te sorrirá na imagem reflectida. Dias que suplicam uma noite de silêncio - no escuro todos os espelhos são mudos.
Podes dormir descansada. O teu blog já sabe. E não lhe deves nenhuma explicação.

segunda-feira, junho 13, 2005

Musica Mirabilis

(no dia em que eugénio se despede)

"Talvez a ternura
crepite no pulso,
talvez o vento
súbito se levante,
talvez a palavra
atinja o seu cume,
talvez um segredo
chegue ainda a tempo

- e desperte o lume."

Talvez o meu riso,
sorrindo, se acenda;
talvez o meu pranto,
chorando, se afogue;
talvez o silêncio,
cantando, se entenda.
Talvez o meu canto.
Talvez o meu blog.

(Talvez por partires
e por te lembrar
me animo a voltar)