outras tantas madrugadas

quarta-feira, setembro 10, 2008

globalização

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É uma portuguesa comprar, numa loja de conveniência paquistanesa, em Northampton, uma banana da Costa Rica, uma maçã francesa e uma tangerina espanhola, devidamente embaladas em conjunto numa palete "made in China".

quarta-feira, maio 14, 2008

por muitas vidas

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O Tiago tem a minha idade, 31 anos. Fomos da mesma turma na primária. Em 2006 casou com a Mafalda, que também conheço há muitos anos, e têm neste momento um filhote com 3 meses, o Tomás, de quem a avó babada me mostrou fotografias. Há muitos meses que não os vejo, mas tenho seguido de perto a sua história pelos amigos, irmãos, pais, tios e primos com quem vou estando. Por várias vezes me tem apetecido ligar-lhes mas acredito que há, para cada pessoa e em cada momento, uma distância certa para se estar perto. E respeito-a. Mas não deixo de pensar neles. O Tiago e a Mafalda são, na verdade, aquilo a que posso chamar amigos-à-distância-de-um-amigo. E ainda que não fossem...
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Em Agosto de 2007 foi diagnosticada ao Tiago uma leucemia. De Agosto a Dezembro foi submetido a vários ciclos de quimioterapia e a doença parecia estar controlada. No entanto, em Abril de 2008, verificou-se uma recidiva.
Neste momento, a vida do Tiago depende de um transplante de medula óssea e, enquanto aguarda por um dador compatível, está novamente internado a fazer quimioterapia, tentando atrasar a progressão da doença.
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Há quem diga que encontrar um dador compatível é como procurar uma agulha num palheiro. Será... Mas apetece dizer que quantas mais agulhas espalharmos no palheiro, mais hipóteses haverá de encontrar uma! E há tantos Tiagos à procura...
Vamos a isto?...
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19 de Maio (2ª-feira), em Coimbra:
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Em qualquer outro dia, de norte a sul:
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A) Nos Centros de Histocompatibilidade
* Centro de Histocompatibilidade do Norte:
Pavilhão "Maria Fernanda", Rua Roberto Frias, 4200-467 Porto; Tel.: 22 557 34 70
* Centro de Histocompatibilidade do Centro:
Praceta Prof. Mota Pinto, 3001-301 Coimbra (junto aos HUC); Tel.: 239 480 700
* Centro de Histocompatibilidade do Sul:
Alameda das Linhas de Torres, n.º 117, 1769-001 Lisboa; Tel.: 21 750 41 00
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B) Nos Serviços de Sangue dos Hospitais
* IPO de Lisboa * D. Estefânia * Amadora-Sintra * Barreiro * Torres Novas * Abrantes * Tomar * Beja * Elvas * Évora * Faro * Portimão * Portalegre * Litoral Alentejano * Vila Franca de Xira * Funchal * Ponta Delgada * Horta
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C) Nos Centros de Saúde
* Mafra * Coruche * Vila do Porto * Sta. Cruz das Flores * Madalena * Velas * Sta. Cruz da Graciosa * Calheta * Ribeira Grande
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D) Organizando campanhas de recolha
* Os técnicos dos Centros de Histocompatibilidade deslocam-se a qualquer localidade ou instituição sempre que alguém consiga reunir mais de 50 dadores.

quarta-feira, abril 16, 2008

até quando

Até quando... nunca saberemos. Nunca antes desse quando. E esse quando será apenas uma fracção de segundo: se alguma vez duvidarmos de que será para sempre ou no exacto instante em que soubermos o que isto quer dizer.

domingo, abril 13, 2008

gracias a la vida

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Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros que, cuando los abro,
perfecto distingo lo negro del blanco,
y en el alto cielo su fondo estrellado
y en las multitudes el hombre que yo amo.
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Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el oído que, en todo su ancho,
graba noche y día grillos y canarios;
martillos, turbinas, ladridos, chubascos,
y la voz tan tierna de mi bien amado.
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Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el sonido y el abecedario,
con él las palabras que pienso y declaro:
madre, amigo, hermano, y luz alumbrando
la ruta del alma del que estoy amando.
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Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la marcha de mis pies cansados;
con ellos anduve ciudades y charcos,
playas y desiertos, montañas y llanos,
y la casa tuya, tu calle y tu patio.
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Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio el corazón que agita su marco
cuando miro el fruto del cerebro humano;
cuando miro el bueno tan lejos del malo,
cuando miro el fondo de tus ojos claros.
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Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.
Así yo distingo dicha de quebranto,
los dos materiales que forman mi canto,
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos, que es mi propio canto.
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Gracias a la vida que me ha dado tanto.

terça-feira, março 25, 2008

tira-borbotos

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(à sua espera no...)

segunda-feira, março 24, 2008

belle époque

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Estar longe de ti não é menos perigoso. Não consigo respeitar o perímetro de segurança das palavras. E depois dá nisto: eu, que por um amor assim estava decidida a levantar todos os meus certificados de aforro com mais de 20 anos, encontro-te de casaco vestido atrás do balcão dos CTT:
– Mas tem medo de quê?... Que tenha prazo? Que vença juros? Olhe… leve antes um envelope almofadado, para não perder a viagem!
­– De qualquer modo, por precaução, acho que gostava de deixar um sinal – disse eu, espreitando a caderneta. – Mas olhe, a verdade é que nem estou a conseguir ver o saldo que tenho…
Pois, menina, nessa caderneta vai ser difícil... ainda para mais com os cromos todos por colar! – E capturaste no ar a minha mão preocupada, fazendo-me chegar mais perto, enquanto te inclinavas também sobre o balcão para me sussurar ao ouvido: – Compram-se em pacotinhos, naquele quiosque ao pé do Santa Cruz. Escusa de levar a carteira porque só aceitam notas de rodapé, de música ou de Monopólio…
Hoje, três dias volvidos, é apenas a cabana que me preocupa. Esta cabana de tipologia T2, indexada à Euribor a três meses. Tudo porque não consigo respeitar o perímetro de segurança das palavras. Tudo porque as taxas de juro não param de subir e tem-me sido quase impossível trabalhar assim, com o coração sempre a fugir-me para o alto dos telhados e os olhos a encherem-se de lágrimas.
(Esta tarde, depois de lanchar na Marques, desço só mais uns metros e volto à estação dos CTT apenas para te pedir que, se puderes, não morras já.)

domingo, março 23, 2008

the remains of the day

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sexta-feira, março 21, 2008

post scriptum

A ignorância tem destas coisas: quem confunde o apóstrofo com a apóstrofe opta por não colocar logo o sinal gráfico no bolso do p'jama (mesmo sabendo que pode ser "a chave dos sonhos") apenas por achar que, enquanto figura de retórica, ainda lhe pode fazer falta (nunca se sabe qual é a chave que fecha o bar...).
Esclarecida a questão, só é chato se, por acaso, o acaso calça também as pantufas e se esquece de aparecer...

terça-feira, março 18, 2008

1 comment (maybe two...)

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É necessário, sobretudo, ter UMA vida. Própria. Que sirva ao mesmo tempo de cenário e de argumento a tudo o resto. É necessário tropeçar, por acaso ou milagre, noutras vidas e fazer do passado trampolim. É necessário fazer figura de urso e dizer muitas asneiras... e pedir depois desculpa cuspindo cascas de pevides.
É necessário ter bem abertos os olhos, os ouvidos e o canal urticário - por onde sobem todos os arrepios, bons e maus. É necessário ser-se ousado. É necessário - mais ainda - ser-se subtil. É necessário que haja música, seja ela qual for - e ir percebendo aos poucos o que se sabe, o que se esquece, o que se escuta e o que se esconde da banda sonora. É necessário dizer que "o tempo de fechar os bares já lá vai" enquanto se prova o contrário.
É necessário ficar sem saber o que acontece sempre aos 15 minutos de um filme. É necessário rematar os pontos dos dias improváveis (para que não se descosam...) com um twist improvisado - porque o óbvio seria "a morte do artista". É necessário mostrar mais qualquer coisa para além do som dos pássaros (os da manhã, entenda-se...).
É necessário ir à procura. É necessário que funcione. É necessário saber a morada mas não o telefone. É necessário que nos desarrumem os tarecos.
É necessário digerir estas duas toneladas de necessidades (esquecendo a sua forma mais prosaica em que são, elas próprias, o que sobra da digestão; na dúvida... estas cheiram bem!). É necessário esperar as 3 semanas que (dizem) demora a digestão. É necessário não temer as dores de estômago e dispensar os sais de frutos...
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("isto está bonito, está...")

domingo, março 16, 2008

"Há horas do diabo..."

Às vezes "o diabo" é a curiosidade.
E a hora curiosa a que aparece aos pobres diabos deste mundo.

quarta-feira, março 12, 2008

conceito

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Vale a pena aceitar o desafio!
Uma vez mais, olhar para além da estrada...
Libertar o coração, ser como um rio:
Não parar, não temer, não esperar nada.
Entregarmo-nos inteiros, com verdade.
Receber também assim. Guardar segredo.
Arriscar, sonhar mais alto, em liberdade,
Bendizendo quem connosco perde o medo.
Ir revelando luz e sombra... E em paz,
Lembrando-nos do risco que corremos,
Imaginar que é ele que nos faz
Dar o que somos, bem mais do que o que temos.
Agradecer, por fim, esta certeza
De, sendo frágeis, querer deixar a porta aberta.
Encher os olhos de espanto e de clareza.
(Saborear, serenamente, a descoberta.)

preconceito

achar que, depois do muito ou pouco que vivemos,
já não temos (necess)idade de ficar vulneráveis...

quinta-feira, março 06, 2008

"change your status... move!!!"

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terça-feira, fevereiro 26, 2008

Lembro-me que tenho 30 anos quando...

... na minha aula de Espanhol, sou a única que viu o "Verano Azul"!
É que nem nunca tinham ouvido falar, nem sequer a música lhes dizia nada... Por momentos achei que a Marisa - a professora que não se cansou de explicar que, em Espanha, Marisa é o diminutivo de Maria Luísa - me ía perguntar novamente entre dentes, como quando lhe disse que era Dentista, "Y tu, qué coño haces aquí?...". Mas não. Limitou-se a piscar-me o olho e a agradecer com um aceno cúmplice o efeito stereo do meu assobio sobre o dela.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

amor é

(em alternativa ao coração de peluche)
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Trocar de lentes de contacto logo pela manhã e fazer 100 Kms de sobrolho franzido, arriscando (ainda mais) a vida no IP3... Ou será apenas tentar ver o mundo pelo olhar do outro?

quinta-feira, janeiro 31, 2008

celebrar

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A net que chegou hoje e que agora pago do meu bolso. Os mails que se cruzaram durante a minha ciberausência e que me farão abrir esta porta antes mesmo de acabar de dizer "já cá estou dentro!" (o que não é difícil, quando se demora mais de 500 dias para articular uma frase tão pequena...). Esta madrugada e o desejo de outras tantas em que apeteça escrever.
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A inundação de ontem, tão real como metafórica, a lembrar que estou em MINHA casa, para o bem e para o mal. E que, tal como na minha vida, haverá tempo para brindar ao que é bom - com bom vinho e boa companhia - e para resolver o que é mau, se possível, sozinha (e já agora, também se possível, sem vinho...).
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Os passos dados hoje, mais do que os 500kms percorridos, que talvez sejam os primeiros do regresso a uma casa que também já foi AMInha. A certeza de que há algumas coisas que faço bem e que fazem bem a outros.
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A consciência de que há muitas coisas que faço mal e que fazem mal a outros. A justiça de ter levado um chuto no rabo quando merecia. As dores do corpo e da alma (do treino de há pouco, das limpezas de ontem, da noite mal dormida, do chuto no rabo, do remorso...) a garantir-me que estou viva e que, por mais que às vezes seja "muito brutinha, com a graça de Deus", o coração ainda não é cego, nem surdo, nem mudo... nem me parece que seja feito numa daquelas cuvetes de silicone que se vendem no IKEA.

quinta-feira, novembro 22, 2007

12 segundos sem legendas

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segunda-feira, novembro 19, 2007

FOGO

Em breve havera noticias. Acentos, provavelmente, nao...
Ate ja!

sexta-feira, novembro 02, 2007

Faltam 200 dias!

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sexta-feira, outubro 26, 2007

E decidi! Ó pra mim tão decidida!

Talvez o Curso de SAV/DAE que vou fazer nos próximos dias tenha uma rubrica sobre blogs... Em paragem cárdio-respiratória já este entrou há muito tempo, o que - se é que percebi alguma coisa desta maravilhosa sebenta que os senhores da ARS tão simpaticamente me enviaram - diminui drasticamente as probabilidades de sucesso das manobras de reanimação. Mesmo assim, arrisco. O mais que pode acontecer é partir-lhe uma ou duas costelas. Mas quem é que, sobrevivendo, se importa com uma costela partida? E não sobrevivendo, quem é que se importa?
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E quem é que, no seu perfeito juízo, dá 250€ para ter que ler uma sebenta a duas colunas e letra 8, passar 3 dias a dar choques eléctricos e a soprar para dentro de um boneco de plástico e no fim, a um Domingo, ser submetido a um exame onde se arrisca a perder o dinheiro e o que ainda lhe restar de dignidade (mesmo não se tratando de um boneco insuflável)? E se vos disser que, na verdade, o seu maior desejo é que o curso NUNCA lhe venha a ser útil?

sábado, outubro 13, 2007

Eh pá... que miséria!

Já nem da password me lembrava!
Esta semana, sem falta, decido o que fazer a isto...

quarta-feira, março 28, 2007

nós

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segunda-feira, janeiro 01, 2007

Dois mil e quê?... SETE, pá!

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terça-feira, novembro 28, 2006

no raiar dos 30...



(porque, dependendo do que se quer ver, os "lugares comuns" não são necessariamente os piores da plateia...)

segunda-feira, outubro 30, 2006

para memória futura

Nasceu ontem. Seriam 10H30 pela hora nova.
As nuvens não se espantaram, não enloqueceu ninguém. E no entanto...

quinta-feira, outubro 19, 2006

Marcamos o jantar para o próximo Osvaldo?

(con Quilmes, sin Quilmes... que bueno es viajar con amigos, no?...)

terça-feira, outubro 17, 2006

back to rehearsals

Saír de casa. A pé. Descer de novo a rua como tantas vezes: sentir o mesmo entusiamo no passo apressado, o ar fresco na cara. Escutar a noite a caminho d'A Praça. Cheirá-la. Adivinhar-lhe o bailado da rentrée nos passos de quem passa. E atravessar por fim o corredor escuro até à porta da sala onde em tempos, quase sem dar conta, ensaiei também um bocadinho da vida.
Aquecer a voz. Chamá-la pelo nome em vocalizos. Dar-lhe tempo e espaço para que queira saír sozinha. Abrir a partitura sobre o braço esquerdo. Sentir-lhe o cheiro inconfundível no virar de cada página (definitavamente, o papel de música cheira muito melhor do que sabe...). Sublinhar-lhe as respirações, os pianos e fortes, os rallentandos; enchê-la de círculos e exclamações nas entradas difíceis, nas notas escorregadias... E cantar, cantar, cantar, cantar. Um olho na pauta e outro nas mãos que a conhecem de cor, firmes e discretas. Tão discretas que às vezes basta uma só para assumir o comando enquanto a outra repousa junto ao peito, talvez para sentir o metrónomo do coração.
Cantar. Sentir as notas a subir cá dentro a cada golpe dos músculos abdominais. Saborear a música a crescer, a ganhar forma. Fazer de novo parte do todo. Espantar uma vez mais todos os males. Arrepiar-me.
Desafiar em latim o eco do corredor e chegar à porta da rua com um sorriso a transbordar de colcheias do último allegro.
-- Adeus, Sr. Francisco! Até amanhã!
-- Então mas... diga-me lá: a minha amiga está de volta??
-- Estou emprestada, só por umas semanas... para matar saudades! Vamos cantar uma missa de Mozart....
-- Aaah... na Capela da Universidade, já ouvi dizer... Isso deve ser muito bonito! -- disse disfarçando a manga vazia da camisa e enterrando com a mão desirmanada a ausência da outra no bolso das calças. -- Olhe, sabe que mais? É desta que vos vou ver a cantar a sério. Ao fim de tantos anos até parece mal nunca vos ter ouvido fora daqui! É isso mesmo: dia 18 lá estarei!
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E é já amanhã. Hoje houve ensaio geral: a capela abriu as portas e por entre as cadeiras da orquestra e os estrados do coro cheirava a madeira, a transpiração e a nervoso miudinho. Não correu bem. Os ensaios gerais em véspera de concerto nunca correm bem. Gosto de acreditar que isso é um bom sinal.
Amanhã, por esta hora, começo a ter saudades de cantar.
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Mozart - Missa brevis in D, KV 194 - Kyrie

segunda-feira, outubro 16, 2006

... e assim foi!

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... (obrigada) ...

domingo, outubro 01, 2006

31 de Setembro, esse dia de 48 horas

(2 apontamentos)
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1º) RESPECT para esta noite!
2º) Volto já... estou a precisar de reciclar o meu acervo de memórias. São os únicos planos que tenho para esta viagem. E a única bagagem que quero trazer comigo. O que vier a mais ser-me-á dado e não me esquecerei de o agradecer no regresso. Que assim seja.
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quarta-feira, setembro 13, 2006

1º dia "ao volante"

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quarta-feira, agosto 16, 2006

a transbordar de coisas simples

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"já alguma vez te disse que sou mesmo feliz?..."
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(nada melhor do que dizê-lo na palhaçada para não haver dúvidas de que falamos a sério)

quarta-feira, agosto 09, 2006

eis a casa

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as obras começam na 6ª feira com a demolição da despensa...
(não perca os próximos episódios!!)

segunda-feira, julho 31, 2006

tema para uma tese

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"O (pre)conceito estético nas relações humanas"
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(porque os olhos do mundo - que também são os nossos - estão cheios de preconceitos pequeninos, pequeninos...
que às vezes, simplesmente, não dão jeito nenhum...)

quinta-feira, julho 20, 2006

um recadinho, afinal...

(assim dito com jeitinho, a rimar um bocadinho, não dá p'ra levar a mal...)
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Deixe-se de fitas e sorria para a vida, menina, de coração livre e olhar lavado. Ao menos quando ela lhe sorri... Pare de achar que há sempre alguém que aponta o dedo e lhe quer mal. E que o universo inteiro conspira contra si.
Perceba que o amor é uma bênção e aceite, em paz, tudo o que ele evoca. Cresça um bocadinho. Pare para pensar: nem ele nem ninguém quer nada em troca! Tenha só cuidado para que respire: abra-lhe a janela (olhe que sufoca...).
E acalme de vez esse mar revolto. Livre-se das mágoas, dos rancores, dos medos... Sabe? A felicidade não se alcança ou toca... tem que nascer-nos na ponta dos dedos!

terça-feira, julho 18, 2006

outros sonhos e razões

Eh pá... está muito calor para escrever e há dezenas de outras coisas que me têm apetecido mais e sabido melhor. Ando demasiado equilibrada e de bem com a vida para escrever sem esforço. E não tenho tido recados para dar (é mentira... mas tenho andado a colá-los com post-it directamente na testa dos visados, o que se tem revelado mais eficaz e acima de tudo muito mais divertido).
Só cá vim hoje porque um amigo que não quero retirar dos favoritos ameaçou retirar-me dos dele, pela ausência. E eu sempre achei que o Internet Explorer é uma genial metáfora da vida (um dia vou escrever sobre isto...). E eu levo as metáforas muito a sério.
Deixo-vos com música.
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terça-feira, junho 13, 2006

1 ano de madrugadas

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As madrugadas são pequenas árvores caducifólias da família das lumináceas, de geração espontânea e ciclo de vida de duração variável, impreciso e totalmente independente das estações do ano. Quer isto dizer que, conforme lhes dá na bolha, umas vezes dão flor, outras fruto, outras apenas sombra e outras ainda nada que se veja. Há quem diga que, quando parecem ter secado, andam apenas entretidas a ramificar a raíz para mais longe. E se só algumas se avistam, há certamente outras tantas escondidas por aí...

terça-feira, junho 06, 2006

Rostos, Formas e Sombras

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São os últimos cartuchos do Museu Nacional Machado de Castro, antes de fechar para obras até 2009 ou 2010: entrada à borla para uma exposição simpática de pintura contemporânea e para a frescura silenciosa do criptopórtico. Um bom programa para escapar por meia hora ao calor da tarde. Até sexta-feira.

sábado, maio 13, 2006

esquadria

. 12.05.2006 22:36
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quinta-feira, maio 11, 2006

as coisas improváveis

Assustam-me. Fascinam-me. Comovem-me. E é neste misterioso encantamento que percebo a infinita distância que as separa das coisas impossíveis...
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"It's strange
how we are changed
by things that seem so small
One look can write a book,
one touch can say it all."
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quarta-feira, maio 03, 2006

"e se fosses dormir?..."

(a esmagadora eloquência do estufado de beringela
quando nele molhamos as pontas do cabelo)

sábado, abril 29, 2006

diluindo o gin em leite com nestum

Se é importante, não faças sempre o que te apetece.
Se não é importante, não faças nunca o que não te apetece.

terça-feira, abril 25, 2006

revoluções

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quando estou contigo a palavra liberdade não me sai da cabeça
... e não trocaria por nada a tarde de hoje...

domingo, abril 23, 2006

fotomontagem

..
Melhor que uma visita rápida só mesmo um fim-de-semana!
Quem alinha?

quinta-feira, abril 20, 2006

constatação

Há dias em que a metade pragmática de mim não tem a mínima paciência para aturar a outra. Estranhamente, é quando me sinto mais inteira...

sexta-feira, abril 14, 2006

a sombra do vento

- Fala como se (...) fosse um troféu.
- Não, como se fosse uma bênção - corrigiu. - Olhe, D., o destino costuma estar ao virar da esquina. Como se fosse um gatuno, uma rameira ou um vendedor de lotaria: as suas três encarnações mais batidas. Mas o que não faz é visitas ao domicílio. É preciso ir atrás dele.
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(agora com um bocadinho minúsculo do contexto porque, na verdade, foi ele que me chamou a atenção, mais do que a pérola filosófica...)

sexta-feira, abril 07, 2006

Curva de Gauss

Dias como o de hoje não devem ser considerados na estatística da vida. Ainda assim, gosto de acreditar que, no extremo oposto, haverá também dias improváveis para viver.

domingo, abril 02, 2006

teach me to surrender...

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sábado, abril 01, 2006

no dia em que te perceber

não sei se me perco de ti, se me perco por ti.
sei que será para sempre. irremediavelmente.

quinta-feira, março 30, 2006

lembra-te disto

sempre que duvidares do que parece querer dizer-te
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"A natureza anda nisto há muito tempo."
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(hoje percebi: este homem é um druida)

sábado, março 25, 2006

pedido

Não me roubes ao menos as palavras que guardo para mim há tanto tempo. Não lhes roubes assim, como num palco, o sentido e a beleza que até as coisas tristes podem ter. Não me roubes a vontade que me resta de acreditar em ti (não tenhas pena de mim nem finjas ter, que não sei o que é pior...). Não me roubes o direito de chorar sozinha. Não me roubes a certeza de não me teres roubado nada.

sexta-feira, março 24, 2006

tempo de (c)alma e (c)oração

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Todas as coisas têm o seu tempo
e tudo o que existe debaixo dos céus tem a sua hora.
Há tempo para nascer e tempo para morrer;
tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou;
tempo para matar e tempo para dar vida;
tempo para destruir e tempo para edificar;
tempo para chorar e tempo para rir;
tempo para se afligir e tempo para dançar;
tempo para espalhar pedras e tempo apara as ajuntar;
tempo para dar abraços e tempo para se afastar deles;
tempo para procurar e tempo para perder;
tempo para guardar e tempo para atirar fora;
tempo para rasgar e tempo para coser;
tempo para calar e tempo para falar;
tempo para amar e tempo para odiar;
tempo para a guerra e tempo para a paz.
Ecle. 3, 1-8
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tempo para temer os dias de mau tempo
e tempo para viver com serenidade cada um

quinta-feira, março 16, 2006

conclusões do dia

(na digestão do lanche e do jantar)
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Há coincidências tão coincidentes que desafiam a lei das probabilidades.
Os mal-entendidos são uma merda. A maior que pode existir.
Um "rabo preso", por mais que seja só a pontinha, é a única coisa que pode impedir-nos de resolver tudo com duas palavras e uma gargalhada.
A "microblogosfera" tende a ser um mundo promíscuo e, por isso mesmo, muuuuuuiiito perigoso.
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E assim se explica muita coisa...

terça-feira, março 14, 2006

ao espelho

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segunda-feira, março 13, 2006

post #100

(celebrando a transcendência das pequenas coisas)
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- o que seria de mim 100 os meus meninos -

domingo, março 12, 2006

abraço da paz

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Gostei muito do teu desenho, acredita. E do teu abraço. E de ver que ainda me chamas da mesma maneira. Desculpa se te pareceu que fiquei triste.
As pessoas crescidas às vezes baralham tudo. Choram por coisas estranhas: por serem surpreendidas, por ficarem sem palavras, por quererem sorrir. As pessoas crescidas às vezes sentem-se muito pequeninas.

à luz do dia

Hoje sonhei com a vida tal como ela é. Personagens de sempre. Reais. Histórias de agora. Reais. Acordei perdida e angustiada como quem teve um sonho mau.
Acho que já passou. Ao vivo e à luz do dia a vida real é o que é, não há enganos. E basta esta certeza para tornar tudo mais simples... até o que tentamos fingir que não nos faz confusão.
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Além disso a Primavera já chegou à minha rua...

A14

Nem o nevoeiro da noite aprendi ainda a atravessar sozinha.
Se hoje não tivesse chegado a casa nem eu teria dado conta.
Assusta-me este vazio, esta tristeza sem nome, vaga e difusa, que teima em pairar sobre mim em vez de se revelar e me derrubar de uma vez com um soco certeiro: custa-me menos levantar-me do que viver com medo de caír.

quarta-feira, março 08, 2006

hi hi hi hi hi...

. (este até já está de cachecol vermelho...)

ao fim do dia

Gosto de casas novas em prédios antigos. Gosto das portas que têm esses prédios. Portas que ao fim do dia se desligam da rua: sem campainha ou intercomunicador que possam intrometer-se no aconchego de quem lá mora; discretamente fechadas, para não deixar escapar o calor dos sorrisos e das canecas de chá e para que seja preciso descer em pijama dois lanços de escada, lembrando a quem entra que, afinal, estão sempre abertas.

segunda-feira, março 06, 2006

a caminho

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É de novo ao som da tua música
e sonhando o aconchego dos teus braços,
que decido caminhar ao teu encontro
e de novo te pergunto: Com que passos
me liberto, desafio e comprometo
p'ra poder chegar, inteira, ao pé de ti?
Com que laços me prendo ao que me ofereces
se é, afinal, bem mais do que pedi?
Com que cores devo vestir o coração
se é verdade que o que dizes é p'ra mim?
Com que olhar posso perder-me nos teus olhos
e entregar-me, sem medo, até ao fim?
.
(há quanto tempo aguardas o meu sim?)
.

quarta-feira, março 01, 2006

resumindo...

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somos demasiado novos
para deixar pedaços da vida pendurados em recordações
.
(Estava a brincar quando te disse que iria escrever isto no blog... mas não resisti. Fica a lembrar a conversa de há pouco, a que guardámos para um dia que não sabemos quando será e as muitas do-tempo-em-que-havia-sempre-tempo e que me ajudam a perceber que "ir deixando recordações penduradas pela vida fora" é uma coisa bem diferente e mais do que desejável: longe de nos tolher o passo só o torna mais firme.)

terça-feira, fevereiro 28, 2006

algo de estranho se anda a passar na minha vida

Hoje acordei com a sensação de ter sido atropelada, as unhas pintadas de vermelho, um carimbo do Orfeon nas costas da mão direita e um colar de pérolas na cabeceira da cama que não faço puto ideia de quem seja.
.
(um carimbo do Orfeon nas costas da mão??! Meu Deus...)

domingo, fevereiro 26, 2006

ao som da tua música

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sei que és para mim tudo o que dizes
sei que posso aceitar tudo o que ofereces
sei que nunca faltarás ao que prometes
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e desconfio...
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que bastaria um "s" a menos no que sei para ser(mos) ainda mais feliz(es)
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(será que sabes tudo isto?)

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

certezas de sempre que tentarei não esquecer hoje

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A vida não avança sem decisões. Se não gosto hoje de as tomar, gostarei amanhã de as ter tomado.
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Nunca uma decisão é 100% certa.
Há momentos em que qualquer decisão é mais certa do que não decidir.
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Por mais que me custe admiti-lo, há forças que às vezes me faltam, há coisas que não consigo fazer. Decidir, bem ou mal, não é uma delas. Assumir as consequências das minhas decisões também não será.
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Desistir”, como o entendo, é não fazer aquilo em que acredito e não terminar o que, em liberdade, sei que quero e decidi começar. A tudo o resto chamo “parar a tempo”.
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Infelizmente, antes de parar, os passos desajeitados que damos para não cair quase sempre deixam pedras nos sapatos de quem está por perto. E é por esses - "os que estão perto" - que nos custam tanto, mais do que por serem dados no limite do equilíbrio: por sabermos que quanto maior for a dor causada mais nos doerá a nós e por sentirmos que, por maior que seja a dor, não desistirão de caminhar connosco.
Dos passos de hoje, foram duas as pedras que deixei.
Pedras destas só saem à força de outros passos, mais firmes e maiores. Algumas nunca chegam a sair. Mas vale a pena tentar.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

se te parece...

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"Pareces um pardal que caíu do ninho"

5 razões que bastariam para parar

não sei correr sem saber para onde vou
não sei correr sabendo que não chego onde me pedem
não consigo correr se não há palmo do meu chão que eu sinta firme
não posso correr atrás de quem não acredita em nada disto
não quero correr o risco de caír apenas para o provar

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

espinhos & fragilidades

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(se ao menos eu tivesse a Tua mão...)
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quarta-feira, fevereiro 08, 2006

da tarde de hoje

(sem precisar de palavras, cada um concentrado no seu mundo, na sua aposta de futuro)
Gosto de estar contigo. Ponto.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

por hoje é tudo

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não negarei ficar assim nesta beleza
assobiando as melodias mais fugazes
não é possível nem é simples com certeza
mas é a vontade que me dá do que me fazes
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(tão pequenina e discreta como a linha da fronteira)
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quarta-feira, fevereiro 01, 2006

pequenas recompensas

Talvez pelas escolhas certas do meu dia tenha merecido o sorriso com que me vou deitar. Talvez este sorriso mereça de mim menos medo de apostar em escolhas certas.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

eu por inteiro

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- sozinha serei sempre menos do que a metade de dois -

quinta-feira, janeiro 26, 2006

muito melhor do que votar

Nos últimos 5 dias consegui cumprir dois deveres cívicos.
A utilidade do primeiro é (ou foi, no caso concreto) questionável.
A do segundo não.
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E o meu slogan para hoje é:
"Se votar já não te dá pica, experimenta esta..."
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quarta-feira, janeiro 25, 2006

buááááá...

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I want our WEDNESDAY'S LUNCH back!...

terça-feira, janeiro 24, 2006

TC

Infelizmente, é sempre nas coisas mais importantes que fazemos que é maior o risco de, um dia, não podermos fazer mais nada.
Hoje nem foi preciso abrir o envelope que trazias na mão.
Apeteceu-me dizer-te que está tudo bem. Tão bem que nem precisas de usar mais o aparelho-que-ajuda-a-bochecha-a-crescer, nem de lavar os dentes depois de comer Chocapic... Mas limitei-me a piscar-te o olho enquanto te virava a pala do boné como habitualmente, desta vez só para te ver sorrir. Mais do que a crueldade do destino, doeu-me a sua falta de pudor ao revelar-se, até na caneta irritante que falhou quando quis escrever o teu nome na agenda para daqui a um mês.
Despedi-me de coração apertado, tentando não despir o sorriso que guardo para ti há mais de um ano e meio. Quando te acompanhei à sala de espera, nos olhos da tua mãe já tinhas partido.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

amor e caldos de galinha

Às vezes gostava que fosses uma "mãe-de-aldeia", conhecedora dos pequenos milagres da vida, como o florir das árvores de fruto ou o levedar do pão. Gostava de te encontrar à lareira, tranquila e de pazes feitas com cada dia, a limpar as mãos ásperas ao avental antes de me segurares com firmeza para me dares um beijo. Gostava que me ouvisses em silêncio (pouco importa se por ignorância ou por grandeza de coração) e que te bastasse alegrares-te com as minhas alegrias e chorar comigo as minhas lágrimas sem arriscares opinar tanto sobre a minha vida. Gostava que o teu amor fosse simples e incondicional como o amanhecer depois de cada noite, porque foi ele que me trouxe ao mundo e de nenhum outro se pode esperar tal coisa.
(Ontem, depois da missa, terias dito às vizinhas: "Só sei que anda pálida, cansada e me parece triste... nas conversas que tem com a vida não me meto porque só as duas é que podem entender-se. Quando vem a casa mato uma galinha e faço-lhe uma canja; quando vai embora dou-lhe a bênção e rezo por ela...". E bastava.)

sexta-feira, janeiro 20, 2006

quando não durmo

sou o que não digo
digo o que não penso
penso o que não sinto
sinto o que não quero
quero o que não faço
faço o que não sou
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Há 2 horas que dou voltas na cama.
Há 6 dias que quase não durmo.
Há quase 3 meses que isto não me acontecia.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

no mesmo barco

Obrigada, amiga, por me segurares. Conto contigo para manter a calma e a lucidez nos próximos 2 meses porque me parece que vou perdê-las mais vezes.
Numa coisa a escolha foi acertada: independentemente da distância a que fica a meta, quem nos meteu nesta corrida sabe que nunca chegaríamos ao fim se fossemos apenas colegas. Vamos acreditar que a sua sabedoria não acaba aqui.

domingo, janeiro 15, 2006

sem rede

Para saber que não sonhei bastou-me o dia de hoje. E as palavras tantas vezes repetidas para me chamar à razão como para fugir a ela:
"só é tua a loucura onde, com lucidez, te reconheças".
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E sendo nossa (aos poucos cada vez mais nossa, cada vez mais lucidamente)... que fazemos com ela, se não deixa de ser uma loucura? Que fazemos connosco se nos negarmos sempre ao risco que ela encerra? Como podemos encontrar-nos se, por uma vez que seja, não aceitarmos perder-nos? Quem segura quem quando dizemos "não podes largar a minha mão..."?
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(que desculpa inventaremos desta vez?...)

por eso me quedo

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(dorme, vá lá... foi só mais um dos teus sonhos surreais...)
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Así ando yo
Cantando aún mis penas
Queriendo que me ames
Para mi soledad
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Y hasta que yo te quiera
Que quieres que te cante?
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Por eso me quedo
Ay ay ay hasta el final
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Y así amo yo
Con rimas tan torcidas
Buscando disonancias
Pa mi nueva canción
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Y hasta que yo te quiera
Que quieres que te cante?
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Y hasta que yo te quiera
Que vale lo que cante?
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Por eso me quedo
Ay ay ay hasta el final

sábado, janeiro 14, 2006

a verdade do dia

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"os compromissos são a cola do tempo"

sexta-feira, janeiro 13, 2006

xx

Por mais que me deixem passar por lá de vez em quando e que seja sempre bem recebida, nunca poderei fazer parte do Clube-Cor-de-Rosa. Nunca terei acesso à área reservada.
Há dias em que isso me entristece profundamente. Outros em que me congratulo por genuinamente ser assim. Outros ainda, em que tudo isto é apenas uma constatação. É nesses que a felicidade anda mais segura dos seus caminhos.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Então até já...

... vou só ali a casa num instante tentar dormir 5 horitas e já volto. Com sorte ainda tenho a bata quentinha quando voltar!
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EU NÃO QUERO FAZER ESTE TRABALHO!
É o único argumento que me resta, o único capaz de resistir ao teu saber e fazer frente à tua teimosia. Estive quase a usá-lo, em desespero de causa, disposta a enfrentar a tua fúria, o teu mau humor, os teus sermões, as tuas exigências redobradas, a confirmação da minha ignorância em cada gesto teu. Tive medo de não conseguir enfrentar a tua tristeza e a tua desilusão. E limitei-me a ir buscar outro café.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Inspiras-me...

Na confusão dos sentidos (os meus e os das palavras) dou por mim a pensar que quanto mais o fazes mais me aconchegas algures no lobo superior do teu pulmão esquerdo que, não sendo o coração, está muito perto.

domingo, janeiro 01, 2006

é teu...

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quarta-feira, dezembro 28, 2005

sinais dos tempos

A minha mãe, estando enfiada na cama com gripe e não querendo berrar por mim (que estou no quarto ao lado) quando precisa de alguma coisa... DÁ-ME TOQUES PARA O TELEMÓVEL!

domingo, dezembro 25, 2005

natal #29

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"Presépio é qualquer berço
Onde a nudez do mundo tem calor
E o amor
Recomeça"
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Nunca a beleza se negou tanto.
Nunca o amor fez tanta falta.
Nunca o presépio foi tão longínquo.
Nunca o Natal foi tão desabrigado.

terça-feira, dezembro 20, 2005

En el cumpleaños de tu paisanito...

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... celebro todavía el tuyo, amiga (aunque con dos dias de retraso...)!
Que lo paseis juntitos y... con música!
Besos a los dos!
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sexta-feira, dezembro 16, 2005

pré-arrependimento

Talvez esta noite desse para escrever tudo. Mas estou exausta. E há em mim uma réstia de pessoa responsável que me diz para não fazer essa loucura e ir dormir. Dou-lhe ouvidos porque é ela que vai trabalhar amanhã e eu respeito muito quem trabalha. Deus queira que esteja certa. Deus queira que eu não me esqueça, que o turbilhão não se acalme e que amanhã não seja tarde. Desconfio que nem tudo se pode (escre)ver à luz do dia...

quinta-feira, dezembro 15, 2005

ctrl+alt+delete

sinto-me a bloquear
não sei se preciso de mais memória ou de formatar o disco
e estou quase, quase sem bateria...

terça-feira, dezembro 13, 2005

não resisto...

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one night to be confused
one night to speed up truth
...
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Heartbeats - Jose Gonzales

segunda-feira, dezembro 12, 2005

o meu ursinho já não me compreende

..
Finalmente: o peluche-compincha que sabe exactamente como te sentes!!

domingo, dezembro 11, 2005

até para sonhar

Não basta que apeteça. Não basta que pareça ser já tempo. Nem sequer basta que seja.
Só serei livre quando o teu cheiro saír da minha pele. Só quando puderes libertar-me com o mesmo abraço que ainda nos prende.
Fico à espera.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Adoro surpresas!

Por favor não me digam o que é que ainda falta acontecer...
(vou dormir)

e se por um acaso...

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E se, desta vez, eu me virar para trás?
Será que ainda lá estás,
depois de tantos caminhos que fizeste?
E se foi só o tempo (tanto) que nos deste
para crescer sem pressa e perceber
que o futuro é o presente que queiramos oferecer-nos?
E se, afinal, não foi nada o que perdemos?
E se guardámos para nós a melhor parte?
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(may be continued...)
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quarta-feira, dezembro 07, 2005

pai

Dez anos depois, continuo sem saber que parte de mim percebeu que tinhas que partir (e quase te suplica que não voltes) e que parte ficou para sempre suspensa à tua espera.

fim de dia

a um grande mestre tudo se perdoa na certeza de que tudo se agradece

a muitas mãos

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Rodou o puxador metalizado da porta a 180 graus e fechou-a devagarinho atrás de si, invertendo o sentido do puxador e do futuro. Caminhou estrada fora durante uns minutos, sempre a olhar para A janela, mas quando chegou ao final da rua foi como se lhe tivessem partido um serviço de loiça na boca do estômago. Começou a correr e só parou quando já não conseguia aguentar a dor de burro. “Já está, consegui”, disse o cérebro ao corpo, enquanto os olhos se fixavam na sua triste figura reflectida nos painéis publicitários das paragens de autocarro.
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Podia ter acontecido ontem ou cinco anos atrás. Sentia agora que, se calhar, tinha sido preciso passar aquele tempo todo: exactamente seis anos, dois meses e catorze dias.
Enquanto recuperava o fôlego da corrida (afinal, porque lhe faltava o ar, logo a ele, que estava habituado a abusar do corpo, a levá-lo tantas vezes ao limite onde a taquicardia definitivamente acaba?), cruzou-se com a memória desse dia.
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Trazias uma t-shirt branca não muito justa, o cabelo solto e um sorriso que me desarmou ao primeiro olhar. Pediste-me que tirasse a camisa e me deitasse num tom de voz tão baixo que me foi difícil perceber o que dizias. Obedeci-te prontamente, expectante. Observei todos os teus gestos: o acender do incenso, o correr da persiana, o gesto profissional com que aquecias sempre as mãos uma na outra.
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Esse fora, na verdade, o primeiro dia da memória. Recordava-o sempre com a mesma comovida estranheza, sempre a mesma sensação de ter assistido ao próprio parto.
Quando, recomposto do esforço, se viu de novo reflectido sobre um qualquer anúncio de comida para cão, achou que o corpo não lhe assentava bem. Sentiu-o demasiado velho e vários números acima da memória franzina que trazia consigo. E só então se deu conta das palavras que o acompanhavam desde o primeiro minuto. Eram a legenda do poster desbotado ao lado d'A janela. Lera-as apenas uma vez, naquele dia. Mas foi como se o seu cérebro as tivesse sugado para dentro de si devido a uma inexplicável ausência de pressão: "O ponto VG11 (Shendao) situa-se no dorso, entre os processos espinhosos da 5a e 6a vértebras torácicas. A agulha atravessa a pele, o tecido celular subcutâneo e os ligamentos supra-espinhal e interespinhal e atinge o ligamento amarelo; relaciona-se superficialmente com os ramos cutâneos do ramo dorsal do 5º nervo torácico e, profundamente, com o ramo dorsal do 5º nervo torácico. A estimulação deste ponto está indicada em situações de ansiedade, tristeza, perturbação mental, amnésia..."
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(quero-te bem empenhada nesta história, pode ser?...)

terça-feira, novembro 29, 2005

contemplação

Guardo-te para o fim, quase sem dar conta.
Concentro-me. Resisto. Faço diligentemente tudo o que prometi fazer esta noite. Fico vagamente tranquila. Só depois me dou tempo para andar sem rumo pelas ruas, a adivinhar os vultos por trás das janelas, a abrir portas, a roubar flores dos canteiros. E só depois te procuro. Quase sem dar conta, guardo para o fim a melhor parte. Guardo-te para o fim. Sustenho a respiração e fecho os olhos por um instante, a antecipar o encontro, a desejar que lá estejas. E espreito. Imóvel, em silêncio, acredito por um momento que me falas ao ouvido, que me manténs suspensa nos teus braços, que saberás esperar por mim só mais um pouco, e eu por ti (ainda não é tempo, hoje gritaram-me que ainda não é tempo) e que, afinal, não basta que te guarde para o fim de cada um dos meus dias porque, hoje ainda, me aguardas para o princípio dos teus.

sexta-feira, novembro 25, 2005

parvoíces

o vinho não era bom,
a banda não tinha tom
...

quinta-feira, novembro 24, 2005

casa comigo...

quarta-feira, novembro 23, 2005

lamento

o mais triste de não acreditar em Deus é não poder dizer às pessoas de quem gostamos "rezo por ti!" quando o coração se aperta por elas

a ti que estás "muito lá longe"

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agradeço e retribuo
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...
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(bem como à menina linda que me ofereceu esta música e que também gosta muito de ti)

nós

Não tencionava ficar até ao fim. Nem me dei ao trabalho de ligar a ficha...
Só percebi (por) que fiquei quando, quase sem bateria, na última cena e num último esforço, o ecrã se apagou, deixando apenas a música a tocar e o reflexo dos meus olhos no fundo negro, a olhar-me de frente sem dó nem piedade.
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(De facto, quanto mais tento desatá-lo, mais o aperto... e, estranhamente, quando vejo com mais clareza é quando se torna mais cego. E agora?)

terça-feira, novembro 22, 2005

cá dentro

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de novo o nó. aquele. o irritante
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domingo, novembro 20, 2005

casas

Roubo as palavras à Inês, que não conheço e que mora numa casa aqui ao lado (já agora, leiam também as do Manuel, que também não conheço, citado pela Inês no mesmo post). Para quê tentar escrever de novo o que alguém já escreveu por nós? Pudesse eu encontrar uma casa como encontrei estas linhas: tão por acaso, tão oportunamente, tão à medida do que sou e do que sinto.
Da minha lavra, deixo apenas o convite, público e formal, à Inês, para que venha um dia tomar chá à casa a que possa chamar minha. Sonho com as almofadas que terá no chão e com as palavras de quem, sentado nelas, se sinta em casa.
E continuo à procura. De casa e de palavras.
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"Gosto de casas vazias, gosto de paredes brancas. Não gosto de entrar em casas em que parece que acabei de abrir uma revista, não me atrevo a sentar no sofá, a mexer num livro, a ordem e a combinação são tais… Também nunca percebi quem ocupa uma divisão enchendo logo as paredes com imagens, combinando logo cortinados com tapetes. Essa pressa assusta-me. Assustam-se as listas de casamento. Só de pensar que numa só loja (ou pouco mais) duas pessoas tiveram de escolher tudo e mais alguma coisa que lhes pudessem oferecer de uma vez. (não entendo muito bem as prendas de casamento) As casas montadas antes de se lá morar. Os móveis de várias casas todos comprados no IKEA. Muito design cansa-me. Os candeeiros de tecto colocados à pressa, com os fios eléctricos à mostra. Vê-se bem que ali não entrou o tempo, não entrou a vida dos dias que correm, os riscos dos nossos passos no soalho, o esmurro da porta onde batemos com o pé, aquela almofada um bocadinho manchada do dia em que comemos no sofá, os papeis, muitos pelos sítios onde ficam muito feios mas só ali os encontramos, a panela que era da avó, o móvel que os pais fizeram quando não tinham dinheiro para comprar um.
Podem ser tudo disparates, mas talvez por eles queira começar por uma casa pequenina, gostava que não fosse nova. Gostava de não ter pressa nela."

sexta-feira, novembro 18, 2005

what dreams do you dare to dream?

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quinta-feira, novembro 17, 2005

€ 1918,02

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1º. Afinal não era só chapa.
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2º. As minhas 4 horas de investigações por conta própria revelaram-se profícuas e deixaram-me, pelo menos, com vontade de investigar um pouco mais: o puzzle a que faltam as peças que apanhei do chão é um Seat Ibiza de 1991 a 1993; há cerca de 50 na zona de Coimbra, muitos deles no Ingote...
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3º. Apetece-me mandar à merda, publicamente, a Polícia que temos. Só não o faço (para já) porque quero acreditar que andam de facto ocupados com coisas verdadeiramente importantes.

definitivamente

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- é na certeza de um abraço que a vida inteira se segura -

quarta-feira, novembro 16, 2005

coragem!

o resto do teu dia só pode correr bem...

sexta-feira, novembro 11, 2005

ooops...

Tanto lhe tenho pedido para não se enganar, tanta atenção lhe exigem as coisas importantes em que o peço, que só posso perdoar-lhe estas pequenas distracções de fim de dia: não me despedi porque a minha cabeça se esqueceu que já não vamos juntos para casa.

quinta-feira, novembro 10, 2005

sopinha de entulho

G - Xiii… quem é que deu um pufo?
A1 - Um “pufo”?!! Este gajo é genial…
S - É da sopa… abre a tua que já vais ver…
A2 - Uma delícia! E quentinha que ela está!
S - Isso nem me importo… mas realmente escusava de ser só água com couves a boiar…
A2 - Então devo ter ficado com o fundo da panela. Olha para isto: parece que entornaram um copo de água num prato de feijoada...
M - Feijoada? A sopa tem feijão??
A1 - Sim… e uma mosquinha!
S - Tás a gozar...
A1 - Não estou nada. Mas é pequenina… que se lixe, vou comer na mesma!
G - Come, come… isto é melhor que Red Bull: dá-te aaaaaasas! Alguém quer uma bolacha?...
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(a verdadeira sopa de entulho vem da cantina da Casa de Pessoal dos HUC e come-se com colher de plástico na sala dos computadores da Ortodôncia, nunca antes das 3 da tarde. Custa 0,70€ e tem que se mandar guardar ao meio-dia porque (imagine-se...) esgota!)

quarta-feira, novembro 09, 2005

certezas

Deixemo-nos de tretas: as grandes conversas têm-se a dois; as grandes amizades confirmam-se a dois. Quando apetece, quando dá, quando calha. A dois. Com toda a simplicidade do mundo.
(Obrigada por, de passagem, continuarmos a ser tempo e motivo de paragem. Porque nos conhecemos melhor junto de quem nos conhece. E porque estava mesmo a precisar de entornar o vinho sobre a mesa... não estávamos os dois?...)

domingo, novembro 06, 2005

mezinhas

Eu hoje até me vesti de verde, até mudei de CD antes de ficar escuro lá fora, até saí de casa disposta a ver a segunda parte do Benfica, até conduzi um carro de rally...
Não vale a pena. O feitiço-de-domingo-à-noite não se quebra: adormece-se. Com leite, bolachas, um bom livro e uma cama quentinha.
Está quase...

estrela cadente

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deixar a vida acontecer
não esperar nada
...
não fazer asneiras
não vos perder
...
adormecer depressa
não sonhar esta noite
...
surpreender-me
entregar-me

sexta-feira, novembro 04, 2005

descobertas tardias

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EDWARD ESTLIN CUMMINGS
(talvez um dia aqui deixe o poema com que adormeço esta noite)

terça-feira, novembro 01, 2005

e para ti...

... um recado:
não devias pregar-me esta partida
não devias ter tirado os óculos
não devias...

para ti

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A certeza de que nunca te esqueceremos e de que a tua vida e a tua amizade continuam a unir-nos, a transformar-nos e a fazer-nos presentes junto de ti. Apenas com mais saudades.

para ti

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"The Mission", Ennio Morricone

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Somos plantadores de árvores.
Nascemos já com esta capacidade extraordinária, com esta sabedoria imensa para plantar e fazer crescer. E cedo percebemos que temos também toda a liberdade para a usar (ou não…) quando e como quisermos.
Plantamos a nossa primeira árvore quase por instinto, como um primeiro grito e, com o passar do tempo, vamos plantando mais algumas, muitas ou poucas conforme o jeito e o empenho de cada um nesta botânica da vida.
As árvores que plantamos têm nomes, formas, tamanhos, cores, funções e exigências tão diferentes como os dias que vivemos, mas todas, sem excepção, crescem ou morrem na medida do cuidado que tivermos com elas. (As árvores que não plantamos são apenas buracos, eternamente abertos na terra fértil, à espera de uma semente que vimos germinar e ignorámos, por preguiça ou por medo)
Assim, a nossa vida é como um trilho na floresta. Mais do que das marcas dos nossos pés, é feita das árvores que vamos plantando ao longo do caminho, em cada curva, a assinalar a escolha feita em cada encruzilhada… São elas que o tornam único e nos lembram que não fomos feitos para caminhar no deserto. (Os buracos, nem era preciso dizê-lo, são um perigo para quem caminha…)
Somos plantadores e não apenas semeadores.
Quem semeia, raramente percebe o dom que a semente encerra, raramente sabe se o solo que escolheu é o indicado, raramente espera mais de si do que do acaso. Por isso deita várias sementes à terra, em vez de uma só; e sabe que se não o fizer hoje pode guardá-las por muito tempo - as sementes, enquanto sementes, não vivem nem morrem.
Para plantar, pelo contrário, é preciso pegar na vida ao colo e olhar para ela antes de a pôr na terra. Plantar é um gesto único, individual e urgente, que exige de nós muito mais trabalho (de braços, de cabeça, de coração…) e que, ao mesmo tempo, nos desafia e compromete. Para que possamos plantar, alguém, infinitamente mais sábio e mais generoso, semeou e fez germinar aquilo que de outra forma lançaríamos à terra de olhos fechados, juntamente com tantas outras coisas; alguém que conhece bem cada semente, cada solo e cada um de nós e se enterneceu ao ver como tudo fazia sentido e podia ser tão bonito; alguém tão profundamente apaixonado pela nossa vida e pelas nossas árvores que tem sempre o cuidado de, a cada momento, só fazer germinar as sementes de que podemos cuidar. E quando assim é, o germinar de uma semente é o acender de um milagre, que escapa às nossas mãos e ao nosso entendimento mas que se apaga sempre que, com as nossas mãos e o nosso entendimento, não ousamos plantá-la e fazê-la crescer.
Por isso, de cada vez que recebemos o dom de uma semente germinada, vale a pena arregaçar as mangas e sujar as mãos para a aconchegar à terra. Vale a pena regá-la, cuidá-la e pedir a Deus que a aqueça, que a ilumine e que a abençoe. Vale a pena acreditar que dará flor, fruto e o mais que tiver que dar… E um dia, à sua sombra, valerá a pena dançar com os amigos e celebrar a vida!
(16.09.2003)
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Aqui tens de novo as palavras que te ofereci juntamente com a árvore que plantámos. Obrigada por mas lembrares.
Hoje, quando por um instante o sorriso do teu olhar atravessou a igreja para poisar no meu, senti-me invadir por uma paz e uma alegria imensas. Dois anos depois, nada podia fazer mais sentido. A tua vida, a tua entrega, a tua verdade… estava tudo ali, nos teus olhos e nas mãos de Deus. Comovi-me ao imaginar como será acreditar assim e ao perceber que a amizade pode ser o maior de todos os exercícios de liberdade.
As metáforas valem o que valem. Mas a árvore lá está.
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