outras tantas madrugadas

quinta-feira, setembro 29, 2005

erro CRASSO

Abrir o caixote de riscas cinzentas à procura da única fotografia que não encontrei. Eram 20H20.

domingo, setembro 25, 2005

Bingo!

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Nesse caso... começamos por ir ao cinema hoje à noite!

could you please make it easier?

A minha avó soube hoje que não irá ao nosso casamento. Toldou-se-lhe a voz. Disse (e eu acredito) que tem muita pena. Infelizmente não posso garantir-lhe que irá ao meu, se é que isso a alegrava.
A minha mãe voltou a sonhar contigo. E a partilhá-lho comigo mal acordei ("...claro que penso primeiro em ti... mas ele está bem?").
O meu coração faz contas de cabeça (ou será ao contrário?).
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Creio que vou fazer muffins com chocolate para o lanche...

sábado, setembro 24, 2005

hoje

Estou muito, muito feliz por ti. Não podia ser de outra maneira.
O abraço que te dei era só isto. E não podia ter esperado mais.

segunda-feira, setembro 12, 2005

M

Não tenho tanto de Marta que justifique o pouco que tenho sido Maria.
Talvez por constatá-lo me sinta tão Madalena.

wish you were here

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Descobrem-se coisas surpreendentes depois de subir os 392 degraus da Notre Dame. Sobretudo de olhos fechados, enquanto ainda nos falta o fôlego.

sexta-feira, setembro 09, 2005

volto já...

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terça-feira, setembro 06, 2005

à bruta...

Hoje, para começar, toma lá um dia com 13 horas de trabalho seguidinhas e um ridículo toque polifónico para te acordar meia hora antes.
Toma a bata, amarrotada como tu, que ontem te esqueceste de passar a ferro (ontem ainda estavas de férias...) e, ao vesti-la, o remorso dos primeiros 20 minutos de atraso.
Toma lá 5 ou 6 doentes, escolhidinhos a dedo para a rentrée, com o sorriso a desfazer-se em brackets descolados e discretas camadas de leite creme do último natal. E aceita mais um, para os próximos dois anos, porque amuou com a tua colega, ou ela com ele. Aceita também o primeiro salpico de cuspo ensanguentado, em cheio na cara, que já passa da uma hora, ainda tens duas criancinhas na sala de espera e precisas de acordar.
Toma lá as "sugestões" e o fumo do cigarro de quem vai pôr o nome no teu trabalho do congresso sem ter mexido uma palha. Não te esqueças de sorrir humildemente quando te disser que tens muito boa pronúncia. E entretanto come a sopinha de entulho que mandaste guardar na cantina há mais de três horas - assim fresquinha, não há melhor lanche...
Toma lá a angústia da viagem que ainda não conseguiste mudar e embrulha-a até amanhã, enquanto tentas convencer-te de que é impossível deprimir em Paris.
Toma lá meia hora de carro, com o Caetano a teu lado, que ainda não tinhas chorado hoje. Quando chegares terás duas "urgências" sentadas à tua espera, ao lado do primeiro doente da tarde, que já sabe que será o terceiro. É bom que respires fundo e que limpes rapidamente os olhos com as costas da mão.
Toma lá um mês de ausência devolvido em marcações fora de horas, cartas por abrir, contas por pagar e milhares de papelinhos amarelos com assuntos pendentes e dúvidas da tua nova assistente, contratada há dois meses, que te dirá, hoje, que está grávida. Pede-lhe que ligue à Ana, a dizer que não estarás em Coimbra a tempo do tal filme espanhol. Vê todos os doentes com aquele sorriso de emergência que guardas no bolso da bata, junto com a mola do cabelo, e mete tudo o resto na pasta, para resolver em casa.
Toma o João Chaves, a pincelada surrealista que faltava no teu dia. Aparecerá a meio de uma extracção, pairando junto ao tecto e escorrendo pelas paredes, oceânico e pacífico como sempre. São dez e meia da noite. Sai com ele e fecha bem a porta. Senta-o ao teu lado no carro, depois de fechares o Caetano no porta-luvas. E por amor de Deus não chores que te fica mal e o Caetano pode ouvir.
Já em casa, toma ainda as palavras dos teus amigos, cheias de sonhos, de medos, de ambiguidades. Como os amores em que andam perdidos. Como tu. Serão a última bofetada do dia. Doer-te-ão ainda mais por não perceberes por que te doem. Ou por não quereres perceber. E apertar-se-á de novo esse nozinho irritante que tens na garganta. Aguenta! Hoje não te sobrarão forças para tentar desatá-lo e, provavelmente, nunca o farás sozinha.
E agora vai dormir, que o teu mal é sono. Fica tranquila: amanhã é 3ª feira. As terças têm, no máximo, 24 horas…

domingo, setembro 04, 2005

e por vezes

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E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos . E por vezes


encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos


David Mourão-Ferreira

quinta-feira, setembro 01, 2005

passo a passo

- a serenidade é a confirmação do caminho -