terça-feira, novembro 29, 2005
sexta-feira, novembro 25, 2005
quinta-feira, novembro 24, 2005
quarta-feira, novembro 23, 2005
lamento
nós
terça-feira, novembro 22, 2005
domingo, novembro 20, 2005
casas
Da minha lavra, deixo apenas o convite, público e formal, à Inês, para que venha um dia tomar chá à casa a que possa chamar minha. Sonho com as almofadas que terá no chão e com as palavras de quem, sentado nelas, se sinta em casa.
E continuo à procura. De casa e de palavras.
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"Gosto de casas vazias, gosto de paredes brancas. Não gosto de entrar em casas em que parece que acabei de abrir uma revista, não me atrevo a sentar no sofá, a mexer num livro, a ordem e a combinação são tais… Também nunca percebi quem ocupa uma divisão enchendo logo as paredes com imagens, combinando logo cortinados com tapetes. Essa pressa assusta-me. Assustam-se as listas de casamento. Só de pensar que numa só loja (ou pouco mais) duas pessoas tiveram de escolher tudo e mais alguma coisa que lhes pudessem oferecer de uma vez. (não entendo muito bem as prendas de casamento) As casas montadas antes de se lá morar. Os móveis de várias casas todos comprados no IKEA. Muito design cansa-me. Os candeeiros de tecto colocados à pressa, com os fios eléctricos à mostra. Vê-se bem que ali não entrou o tempo, não entrou a vida dos dias que correm, os riscos dos nossos passos no soalho, o esmurro da porta onde batemos com o pé, aquela almofada um bocadinho manchada do dia em que comemos no sofá, os papeis, muitos pelos sítios onde ficam muito feios mas só ali os encontramos, a panela que era da avó, o móvel que os pais fizeram quando não tinham dinheiro para comprar um.
sexta-feira, novembro 18, 2005
quinta-feira, novembro 17, 2005
€ 1918,02

1º. Afinal não era só chapa.
3º. Apetece-me mandar à merda, publicamente, a Polícia que temos. Só não o faço (para já) porque quero acreditar que andam de facto ocupados com coisas verdadeiramente importantes.
quarta-feira, novembro 16, 2005
sexta-feira, novembro 11, 2005
ooops...
quinta-feira, novembro 10, 2005
sopinha de entulho
G - Xiii… quem é que deu um pufo?
A1 - Um “pufo”?!! Este gajo é genial…
S - É da sopa… abre a tua que já vais ver…
A2 - Uma delícia! E quentinha que ela está!
S - Isso nem me importo… mas realmente escusava de ser só água com couves a boiar…
A2 - Então devo ter ficado com o fundo da panela. Olha para isto: parece que entornaram um copo de água num prato de feijoada...
M - Feijoada? A sopa tem feijão??
A1 - Sim… e uma mosquinha!
S - Tás a gozar...
A1 - Não estou nada. Mas é pequenina… que se lixe, vou comer na mesma!
G - Come, come… isto é melhor que Red Bull: dá-te aaaaaasas! Alguém quer uma bolacha?...
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(a verdadeira sopa de entulho vem da cantina da Casa de Pessoal dos HUC e come-se com colher de plástico na sala dos computadores da Ortodôncia, nunca antes das 3 da tarde. Custa 0,70€ e tem que se mandar guardar ao meio-dia porque (imagine-se...) esgota!)
quarta-feira, novembro 09, 2005
certezas
domingo, novembro 06, 2005
mezinhas
estrela cadente
sexta-feira, novembro 04, 2005
terça-feira, novembro 01, 2005
e para ti...
para ti
para ti

Nascemos já com esta capacidade extraordinária, com esta sabedoria imensa para plantar e fazer crescer. E cedo percebemos que temos também toda a liberdade para a usar (ou não…) quando e como quisermos.
Plantamos a nossa primeira árvore quase por instinto, como um primeiro grito e, com o passar do tempo, vamos plantando mais algumas, muitas ou poucas conforme o jeito e o empenho de cada um nesta botânica da vida.
As árvores que plantamos têm nomes, formas, tamanhos, cores, funções e exigências tão diferentes como os dias que vivemos, mas todas, sem excepção, crescem ou morrem na medida do cuidado que tivermos com elas. (As árvores que não plantamos são apenas buracos, eternamente abertos na terra fértil, à espera de uma semente que vimos germinar e ignorámos, por preguiça ou por medo)
Assim, a nossa vida é como um trilho na floresta. Mais do que das marcas dos nossos pés, é feita das árvores que vamos plantando ao longo do caminho, em cada curva, a assinalar a escolha feita em cada encruzilhada… São elas que o tornam único e nos lembram que não fomos feitos para caminhar no deserto. (Os buracos, nem era preciso dizê-lo, são um perigo para quem caminha…)
Somos plantadores e não apenas semeadores.
Quem semeia, raramente percebe o dom que a semente encerra, raramente sabe se o solo que escolheu é o indicado, raramente espera mais de si do que do acaso. Por isso deita várias sementes à terra, em vez de uma só; e sabe que se não o fizer hoje pode guardá-las por muito tempo - as sementes, enquanto sementes, não vivem nem morrem.
Para plantar, pelo contrário, é preciso pegar na vida ao colo e olhar para ela antes de a pôr na terra. Plantar é um gesto único, individual e urgente, que exige de nós muito mais trabalho (de braços, de cabeça, de coração…) e que, ao mesmo tempo, nos desafia e compromete. Para que possamos plantar, alguém, infinitamente mais sábio e mais generoso, semeou e fez germinar aquilo que de outra forma lançaríamos à terra de olhos fechados, juntamente com tantas outras coisas; alguém que conhece bem cada semente, cada solo e cada um de nós e se enterneceu ao ver como tudo fazia sentido e podia ser tão bonito; alguém tão profundamente apaixonado pela nossa vida e pelas nossas árvores que tem sempre o cuidado de, a cada momento, só fazer germinar as sementes de que podemos cuidar. E quando assim é, o germinar de uma semente é o acender de um milagre, que escapa às nossas mãos e ao nosso entendimento mas que se apaga sempre que, com as nossas mãos e o nosso entendimento, não ousamos plantá-la e fazê-la crescer.
Por isso, de cada vez que recebemos o dom de uma semente germinada, vale a pena arregaçar as mangas e sujar as mãos para a aconchegar à terra. Vale a pena regá-la, cuidá-la e pedir a Deus que a aqueça, que a ilumine e que a abençoe. Vale a pena acreditar que dará flor, fruto e o mais que tiver que dar… E um dia, à sua sombra, valerá a pena dançar com os amigos e celebrar a vida!